segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Não confie em NINGUÉM

 
             Nem mesmo em suas melhores amigas!


       Era o começo de uma nova série. Quarta-série, tínhamos dez anos, mas achávamos que dominávamos           algo. Talvez dominássemos a arte da falsidade, mas só isso.
         A G. (não, não é a G. do post "Pseudo-Cults") e eu estávamos comentando sobre a nova garota que tinha entrado no colégio, e estava na nossa sala. Só pelo simples fato dela ter uma mancha de nascença negra - que contrastava com a pele extremamente branca - ela ganhou a atenção de muitos.
        Fomos conversar com ela, ela era a D., mas logo vimos que tinha outra aluna nova, a M.A. Conversamos com as duas, e, logo, viramos melhores amigas.
        Elas viraram populares, e eu, por andar com elas, ganhei uma certa popularidade também, apesar de não gostar disso.
        Éramos iguais aqueles populares de filmes americanos, tirando o fato de termos 10 anos (risos). Ou será que eu não era? Well, admito, eu era, sim.
        Eu & minhas amigas adorávamos humilhar uma garota, a A., que não fazia nada para se defender. E de pensar que ela já foi a minha melhor amiga...
       A. era uma garota madura, apesar da idade. E por isso eu a irritava. Um dia, minhas amigas estavam na fila do Almoço, eu não comia, A. já tinha comido. Eu fui até ela, e disse "A. vou ficar com você no intervalo". Ela ficou alegre, eu sabia que ela sentia a minha falta. Fiquei com ela, conversando, então as minhas amigas saíram do refeitório e vieram até mim. Eu disse "Tchau, querida", e ela disse "Então era isso o que você queria?! Uma tapa-buraco?!" Eu afirmei com a cabeça. Não acredito que tinha feito isso.
     Mas o jogo virou. Minhas amigas começaram a me fazer de capacho, me humilharam na frente de várias pessoas, espalharam segredos, até fisicamente me agrediram. Acreditem, um branquinho pode machucar muito!
     Eu passei a conversar com a M.A., que só estava sendo influenciada. Desabafei, disse tudo o que deveria & o que não deveria. Elas dançavam mal, cantavam mal, eram feias e se achavam, agiam como putas-mirins. M.A contou para as duas.
    Lembro como se fosse ontem: Eu estava conversada com A., quando as duas chegaram e começaram a me xingar. Nunca me senti tão mal na minha vida!
    A. estava ali, e sempre esteve. Ela me ergueu, me mudou, e, o mais importante: me perdoou!
    Mas eu sou uma maldita covarde, e então, fui para uma escola em um outro bairro. Minha prima mais velha (a que é acusada de me invejar,como eu disse no post anterior, o que é uma mentira completa) estava lá, e meu primo de outra sala também iria.
   Eu fiquei como sou hoje. Quieta, estranha, com marcas profundas. Ganhei uma estranha personalidade, comecei a me importar com o Meio-Ambiente, comecei a me preocupar com Bullying, animais abandonados e esqueci as amizades. Cercada de pessoas falsas. Amigos de verdade, só na Internet.
   Mas mesmo assim, A., G., D., M.A. : OBRIGADA! Apesar de involuntariamente, vocês me fizeram crescer. Cresci, sou infeliz, mas cresci!

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