quarta-feira, 3 de novembro de 2010

WEB-NOVELA: Caindo para a vida - Capítulo 1




Capitulo um: O começo




Sonhei mais uma vez com a mesma coisa. Eu, caindo em um buraco de esgoto. Eu poderia achar aquilo muito estranho, mas não, não acho. Sonhos podem se repetir várias vezes comigo, eu já até me acostumei.
Mas a cada noite, a sensação era diferente. Nesta madrugada, o buraco estava escuro, então senti um vazio enorme dentro de mim. E mais a sensação de estar caindo, típicos de sonhos como esses. Acordar quando eu estava caindo?Nem pensar! O buraco parecia interminável, mesmo tentando, eu não conseguia acordar.
Desativei o alarme de meu celular e peguei minha toalha, rumando para o banheiro, ainda sonolenta. A água morna do chuveiro me relaxou inteiramente, e me tirou o sono.
Algum tempo se passou, me vesti sem pressa alguma, parecendo um zumbi de tão lenta, e assim fui até a minha cozinha preparar o meu lanche.
Peguei duas fatias de pão com presunto e queijo, e coloquei no microondas. Coloquei o suco de laranja em um copo e esperei os 10 segundos restantes. O apito estridente do microondas invadiu a casa, peguei meu lanche e comecei a comer demoradamente.
Coloquei tudo em cima da pia, e retornei ao banheiro para escovar os dentes. Fiz isso e comecei a maquiar-me. Fiz um traço grosso de delineador,passei uma sombra nude e um gloss. Arrumei meu cabelo em um rabo baixo, estava perfeita – ou quase, levando em conta que eu nunca ficava perfeita, fato – e retornei ao meu quatro para pegar minha bolsa escolar.
Dei cinco passos e cheguei na casa da minha prima, Maria Eduarda, e do meu primo, Afonso. Maria Eduarda tinha dezoito, estava no terceiro ano do Ensino Médio. Já meu primo, Afonso, estava na mesma classe que eu, faltavam três meses para os seus dezessete. Todos no terceiro ano do Ensino Médio, já que Maria Eduarda tinha repetido de ano.
Nós morávamos praticamente na mesma casa. Era uma casa de fundo, construída pelos nossos avós. Eu morava no fundo, com meu pai,-Elieu- na frente moram Maria Eduarda e Afonso, com sua mãe, Lurdes.
Suspirei e abri a porta da sala dela, e fui até o quarto dela, ela ainda estava se arrumando.

–Oi Alba – Maria Eduarda disse. Sim, esse era meu nome. Pode soar um pouco racista ou sei lá, mas refletia com a minha aparência. Eu sou branca e tenho longos cabelos ruivos,olhos verdes e um metro e sessenta. Você pode pensar que eu sou linda e popular, mas não era bem assim. Eu era um pouco nerd. De fato, não me vestia como uma, mas tirava notas aceitáveis. Não são as melhores da classe, mas eu me esforço.


–Olá pessoal- Disse colocando minha mochila em cima do sofá de couro preto, junto com a de Maria Eduarda e o fichário de Afonso. Nem sei porque Afonso ainda levava seu fichário, ele nem fazia nada nas aulas. Eu e Maria Eduarda somos contra os fichários, porque nós ainda temos que levar todos os cinco livros, os “Caderno de aluno” (um livrinho/apostila que o governo do Estado nos mandou. A cada bimestre recebíamos um para cada matéria, um saco), os cadernos e o estojo.

Bem, o estojo não era muito necessário para o resto do mundo, mas o meu caderno era enfeitado com canetas coloridas,pretas e azuis. Fofinho e caprichado, então eu levava essas coisas, para a Duda, idem.
Sentei na cama, olhando Duda se arrumar. Ela usava maquiagens nada boas para um dia normal de aula, sempre pesadas. Mas era isso o que se esperamos de uma garota popular, não é?

Ela terminou e foi até a sala pegando sua mochila. Ela chamou Afonso, enquanto eu desligava a TV

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